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Grená

Grená é a cor do amor apaixonado.


E foi num domingo de futebol que na estação do metrô apareceu aquele sorridente desconhecido, jovem como eu. Ele, palmeirense, me viu com minha camisa grená do Juventus e perguntou se poderia me acompanhar até o estádio. Sugeriu que seria bom eu ir ao jogo escoltado, para evitar problemas.

E, ao conversarmos, quando disse que eu era do interior seus olhos brilharam de saudades de uma Ana Lúcia, que ele conhecera a seiscentos quilômetros de onde estávamos.

- Cara, ela não é maravilhosamente bonita, mas é daquelas garotas que hoje não mais se encontram.

E com que carinho lembrei de uma garota de olhos verdes e cheio de pintas que, igual a ela, só aquela Ana Lúcia de Garça.


SEUS OLHOS DE FUNDO DO MAR


Ah! Seus olhos de fundo do mar!

Pudesse eu neles mergulhar

E com os peixinhos das verdes águas brincar.

As pedrinhas que os enfeitam

Pudesse eu roubá-las

Para cobrir minhas mágoas

E, livre, - nadar.


Ah! Seu jeito fascinante

De olhar distante,

Profundo, suave e sem rondas:

Penetra na gente até se apagar,

Invade e envolve como ondas.

Ondas de seus olhos de fundo do mar!


Ah! Você tão atenciosa e amiga

De voz maviosa

E companhia maravilhosa.

Não imagina como me fascina

E quanta paz me dá

Todo o seu modo de ser menina

Toda a paz e menina

Dos seus olhos de fundo do mar!



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Grená

Grená é a minha coletânea de poesias que escrevi de 1982 a 1987. Pretendo, aos poucos, ir transcrevendo a coletânea neste blog.

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